domingo, 7 de março de 2010

QUO VADIS BARREIRO?


Esta cidade é um espanto!
Comecemos por todos aqueles que teimam em preservar o Barreiro como o seu caixote do lixo.
Há pessoas que teimam em demonstrar o quanto a educação parental os educou em termos de civismo, são autênticos porcinos no que respeita a respeitarem o espaço de todos os outros, ou seja de nós todos.
Embora com contentores para depósito de lixos orgânicos e mesmo separados por cores para os recicláveis, estes seres porcinos, ainda que com forma humana, deixam os sacos com os detritos orgânicos no chão ao lado dos contentores não cheios e os mais diversos monos e outras peças como caixas e caixotes, embalagens, etc., tudo fora dos respectivos depósitos. Para já não falar das suas decisões individualistas em alterarem sistematicamente a posição e lugar dos contentores de lixos orgânicos, como se fossem seus e só seus, assim como sua e só sua toda a rua.

Esta gentinha, porca até dizer chega, faz jus às suas convicções sociais e políticas, continuam a votar nos seus iguais ou não fossemos governados por estes desde 75!
O que se viu?
O que se vê?
Antes de 74, o povo era pobre e humilde, preservava a educação e o medo pelos demais, não fossem eles do regime e lixarem a vidinha de uma pessoa.
Estaria correcto?
Estaria certo?
NÃO, não estava!
O medo faz pobre inteligência e cria avestruzes.
Depois de 74, o povo foi revolucionário mas não muito, pouco a pouco foi acreditando que já não era pobre e que já não precisava de ser humilde, perdeu o respeito pelo próximo, mas acima de tudo perdeu o respeito por si mesmo, foi visado pelos inteligentes, que se vestiram rapidamente de cor de rosa, de laranja, de azul e mais recentemente de um vermelho estranho, contudo lá no meio destas cores vislumbrava-se uma cor mais antiga, uma cor de longa data, rubra escarlate com uns símbolos a amarelo, típicos da união dos sectores primário com o secundário, a foice cruzada com um martelo, estes de facto eram diferentes e o mais engraçado é que ainda hoje o são, diferem dos restantes inteligentes da oportunidade, com uma inteligência ainda que individual bem acima da média, espelha o seu esplendor na inteligência enquanto entidade colectiva.
De facto são diferentes, humanos sim, logo como todos, possuem defeitos e virtudes, mas ao contrário dos inteligentes de ocasião, a sua coerência é já um facto inegavelmente histórico. Ao passo que nos demais, qualquer indicio de coerência, é uma descoberta arqueológica que sem dúvida merecerá destaque nas publicações diárias, pena tal destaque não ocorrer e assim sendo, para não ferir sensibilidades de quem usualmente as não tem para com os demais, obscura-se qb os que a têm.
Pois assim que os inteligentes vislumbraram um povo convencido de que era rico, vai de alimentar essa ideia, foi crédito ao desbarato, comprar, comprar, comprar e mais comprar, o banco adianta ordenados, dá cartões em pacotes de cereais, a casa, o carro, o LCD, o telemóvel táctil, as férias em Cancun, tudo o santo crédito possibilitou, eis a liberdade, eis as novas grades de uma prisão que mais não é que um verdadeiro paraíso neoliberal. Os pais da geração pós 74 sentiram vergonha em dizer aos seus filhos por aquilo que passaram e tudo lhes deram, transferindo os seus sonhos de uma vida desvanecidos, transformando-os em objectivos de vida dos seus filhos, que acreditaram viver bem acima das suas possibilidades.

Tornaram-se arrogantes, transmitiram essa arrogância aos seus filhos e os seus filhos aos seus netos, a geração dos anos 80 é uma geração verdadeiramente arrogante, desprovida de valores e ética, o seu próximo não é visto como tal, mas sim como um competidor a ser superado. Ninguém quer ser trabalhador, ninguém quer ser pobre, muito menos parece-lo, quem o é e o assume é marginalizado, gozado, logo na escola primária, sem o telemóvel da Nokia, sem o estojo Hello Kitty, é um miúdo ou miúda desgraçados, pobres e má companhia, segue-se o primário e o secundário, acabando alguns como o puto que se lançou ao rio TUA, envergonhados de serem vexados e agredidos. A faculdade tornou-se um antro de borga onde os alunos curtem uma vida de meninos e meninas ricas, com pais felizes a trabalharem 12 horas por dia e a rastejarem pelas migalhas do patrão com receio do desemprego, depois como poderiam pagar a prestação do BMW ou do JEEP citadino, envergonhando os seus filhos e filhas por os levarem à faculdade privada sem ser num topo de gama?
Os putos por sua vez é só tunas e capas negras, estudar? Népia! E lá são 300,00; 400,00; 500,00 e mesmo 600,00€ mês, fora os colaterais, como comida, passes, telemóveis, Internet wireless em portáteis VAIO da SONY, pois então! Ou gasolina e portagens + seguro para o pó-pó do menino(a).
É um fartar de empenhamento na banda magnética dos VISA's!
Que valores? Que valores podem ter semelhantes seres?
Saem da universidades mal preparados, arrogantes e sem qualquer conceito moral sobre o ser humano. Para estes arrogantes, alunos de professores igualmente arrogantes entre outras coisas, o ser humano é mão-de-obra, um simples recurso prescindível e recorrente como qualquer utilitária ferramenta, das baratas, estilo chinês.
Assim são até ao dia em que eles próprios irão sentir que afinal, também eles mais não são que uns números no cartão de cidadão, tão dispensáveis e prescindíveis como uma qualquer chave de fendas, que ao partir por excesso de trabalho é colocada à margem e tratada como lixo.

Por hoje chega
Abordarei a política no Barreiro e os seus blogues no próximo post.

Esta foi a minha opinião segundo a minha perspectiva dos factos como se me apresentaram e apresentam.
Analiso colectivos e não pessoas!

É a minha opinião
Luís Vieira 

1 comentário:

Zorze disse...

Se parabeniza mais um blog que vislumbra a luz do dia do mundo virtual.

Quanto aos habitantes das cidades portuguesas realmente são uns porcalhões com um fraquíssimo sentido cívico.
Também realçar os chiquitos-espertos que estacionam a sua viatura proprietária de empresas de leasing ocupando dois lugares. Julgam que o mundo é deles. Alguns acordam quando a locadora lhes vai resgatar o BMzinho por falta de pagamento.

A questão do míudo que se atirou ao Tua só me pronunciarei quando for encontrado o corpo.

Fica-se a aguardar novas análises sociológicas e políticas deste País entregue à bicharada.
Já que nos merdia apenas se lê chavões e lugares comuns ao nível das ideias.
Com expectativa se espera, artigos de real interesse, com os pontos nos "is" e sem a pata asfixiante dos grandes grupos de mérdia. É mérdia mesmo, não é erro gramatical.

Abraço,
Zorze